Uma Visita Teórica à Abordagem Capacidades Dinâmicas a Partir da Perspectiva dos Autores Seminais Teece, Pisano e Shuen (1997): Um Ensaio Teórico

Autores

  • Alexandre Viegas da Silva
  • Giovanni Bohm Machado

Palavras-chave:

Capacidades Dinâmicas, Estratégias Organizacionais, Vantagem Competitiva

Resumo

Esta pesquisa, que se caracteriza como um ensaio teórico, tem como objetivo investigar e analisar a forma pela qual as capacidades dinâmicas contribuem teoricamente para o campo das estratégias organizacionais em prol da vantagem competitiva. A linha teórica baseia-se no estudo desenvolvido pelos autores seminais Teece, Pisano e Shuen, que emergiram, em 1997, com a abordagem sobre capacidades dinâmicas no cenário organizacional. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura com adoção da técnica da bola de neve para busca de obras seminais e de grande relevância para o desenvolvimento do assunto proposto. Foram realizadas pesquisas nas bases de dados EBSCO Host e SPELL. Como resultado dessa análise teórica, foram reunidas as principais vertentes conceituais e estudos relacionados às capacidades dinâmicas. Conclui-se que as capacidades dinâmicas ainda não se estabeleceram como um consenso na comunidade científica, tanto para os estudos organizacionais quanto para os pesquisadores, já que existem muitas divergências teóricas acerca desse construto. Esse fato torna-se um limitador dos estudos, mas também uma grande oportunidade para, no futuro, consolidar-se como uma teoria. Como contribuição teórica, este estudo propõe uma agenda de pesquisa aplicada sobre o construto capacidades dinâmicas, o que pode fazer com que mais estudos sobre o tema possam promover a mitigação das divergências teóricas e avançar na compreensão sobre esse fenômeno nas organizações.

 

Biografia do Autor

Alexandre Viegas da Silva

Mestre em Administração de Empresas (UNISINOS)
Professor (UNISINOS) 


Giovanni Bohm Machado

Mestre em Administração de Empresas (UNISINOS)
Professor Faculdade Luterana São Marcos de Alvorada, RS


Referências

ALSOS, G. et al. (2007). The dynamic capability concept and its operationalization. Proceedings of The Babson College Entrepreneurship Research Conference at IE Business School, held on 7 – 9 June in Madrid, Spain.

AMBROSINI, V., BOWMAN, C., & COLLIERC, N. (2009). Dynamic capabilities: an exploration of how firms renew their resource base. British Journal of Management, 20(S1), S9-S24. doi: 10.1111/j.1467- 8551.2008.00610.

ARGOTE, L.; REN, Y. (2012). Transactive memory systems: a microfoundation of dynamic capabilities. Journal of Management Studies, v. 49, n.8, p. 1376–1382.

AUGIER, MIE; TEECE, D. J.(2008). Strategy as evolution with design: the foundations of dynamic capabilities and the role of managers in the economic system. Organization studies. vol. 29 (8&9), p.1187–1208.

BARRETO, I. (2010). Dynamic capabilities: a review of past research and an agenda for the future. Journal of Management, v. 36, n. 1, p. 256-28O.

BARNEY, J. B. (1986). Strategic factor markets: expectations, luck and business strategy. Management Science, v. 42.

BARNEY, J.B. (1991). Firms resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 1.

BAROSSI, R. S. (2015). A implantação de uma inovação em serviços e sua experiência associada com a qualidade: um estudo experimental em serviços de educação continuada. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo. Brasil.

BIERNACKI, P.; WALDORF, D. (1981). Snowball sampling: problems and techniques of chain referral sampling. Sociological Methods & Research, Thousand Oaks, CA, v. 10, n. 2.

COLLIS, D. J.; MONTGOMERY, C. A. (1995). Competing on resources. Harvard Business Review, v. 37, n. 4, p. 118–128.

CYERT, R.; MARCH, J. (1963). A behavioral theory of the firm. Englewood Cliffs: Prentice-Hall.

DANNEELS, E. (2010). Trying to Become a Different Type of Company: Dynamic Capability at Smith Corona. Strategic Management Journal. Vol. 32, p. 1–31.

DOVING, E.; GOODERHAM, P. N. (2008). Dynamic capabilities as antecedents of the scope of related diversification: the case of small firm accountancy practices. Strategic Management Journal, v. 29, p. 841–857.

EISENHARDT, K.; MARTIN, J. (2000). Dynamic capabilities: what are they? Strategic Management Journal, v. 21, n. 10, 1105–1121.

FERDINAND, J. et al. (2005). Dynamic capability: tracking the development of a concept. Evolutionof business knowledge (EBK Working Paper 2005/09), Swindon, UK, p. 1–20.

GHEMAWAT, P. (2000). A estratégia e o cenário dos negócios: texto e casos. Porto Alegre: Bookman.

GRANT, R. M. (1991). The resource-based theory of competitive advantage: implications for strategy formulation. California Management Review, 33, 3.

HARRELD, B.; O’REILLY III, C. A.; TUSHMAN, M. L. (2007). Dynamic Capabilities at IBM: driving strategy into action. California Management Review, v. 49, n. 4, p.21–44.

HAYES, R.H.; WHEELWRIGHT, S.C.; CLARK, K.B. (1988). Dynamic manufacturing: creating the learning organization. New York: Free.

HELFAT, C.E.; PETERAF, M.A. (2009). Understanding Dynamic Capabilities: progress along a developmental path. Strategic Organization, v.7, 91–102.

HUNG-HSIN, C.; LEE, P.-Y. (2009). The driving drivers of dynamic competitive capabilities: a new perspective on competition. European Business Review, 21(1), 78–91.

KRAATZ, M. S., & ZAJAC, E. J. (2001). How organizational resources affect strategic change and performance in turbulent environments: theory and evidence. Organization Science, 12 (5), 632–657.

LAWSON, B. SAMSON, D. (2001). Developing Innovation Capability in Organisations: a Dynamic Capabilities Approach. International Journal of Innovation Management. Vol. 5, n. 3 pp. 377–400.

LEONARD-BARTON, D. (1992). Core Capabilities and Core Rigidities: A Paradox in Managing New Product Development. Strategic Management Journal. v. 13, p. 111–125.

MACHADO, G. B. (2015). Validation of a survey instrument for measurement of institutional and psychological drivers that influence manager outsourcing decision. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo. Brasil.

MARCUS, A. A.; ANDERSON, M. H. (2006). A general dynamic capability: does it propagate business and social competencies in the retail food industry? Journal of Management Studies. p.19–43.

MENON, A.G. (2008). Revisiting dynamic capability. IMB Management Review, p. 22–33.

MONTEIRO, A.P.; SOARES, A.M.; RUA.A.L. (2013). Desempenho das exportações: influência dos recursos tangíveis, capacidades dinâmicas e orientação empreendedora. Revista Ibero-Americana de Estratégia — RIAE, São Paulo, V.12, n.3, p.12–36, jul/set.

NELSON, R. R. e WINTER, S. G. (1982). An evolutionary theory af economic change. Estados Unidos: Harvard U. P.

NEWBERT, S. L. (2007). Empirical research on the resource-based view of the firm: an assessment and suggestions for future research. Strategic Management Journal, 28: 121–146.

PICOLI, F., SOUZA, C. P. & TAKAHASHI, A. R. W. (2013). Produção nacional em capacidades dinâmicas: um estudo bibliométrico. Encontro da Anpad, 37. RJ.

SCHREYÖGG, G.; KLIESCH-EBERL, M. (2007). How dynamic can organizational capabilities be? towards a dual-process model of capability dynamization. Strategic Management Journal, v. 28, p. 913–933.

SILVA, A. V. (2016). Negócio social: uma alternativa para as transformações sociais no mercado direcionado à população de baixa renda. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo. Brasil.

STEFANO, G. D., PETERAF, M., & VERONA, G. (2010). Dynamic capabilities deconstructed: a bibliographic investigation into the origins, development, and future directions of the research domain. Industrial and Corporate Change, 19(4), 1187–1204. doi: 10.1093/icc/dtq027.

PENROSE, E. (1959). The theory of growth of the firm. New York: Wiley.

PETERAF, M. A. (1993). The cornerstone of competitive advantage: a resource based view. Strategic Management Journal, 14, 3.

PRAHALAD, C. K.; HAMEL G. (1990). The core competence of the corporation. Harvard Business Review. v. 68, n. 3, p. 79–91.

PRIEM, R; BUTLER, J. (2001). Is the resource-based “view” a useful perspective for strategic management research? Academy of Management Review; 26, 1.

RUMELT, R. (1984). Towards a strategic theory of the firm. In: Lamb, R. B. Competitive Strategic Management. Prentice Hall: Englewood Cliffs.

SAMPAIO, R. F., MANICINI, MC. (2007). Estudos de Revisão Sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira de Fisioterapia. v. 11, n.01, p. 83–89.

SARTORI, P. P. (2015). Inovação e internacionalização em empresas da Indústria Brasileira de Software e Serviços de TI. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo. Brasil.

SCHUMPETER, J. (1942). Capitalism, Socialism and Democracy. Harper. New York.

TEECE, D. J. (1976). The multinational corporation and the resource cost of international technology transfer. Cambridge, MA: Ballinger.

TEECE, D. J. (1986). Profiting from technological innovation: implications for integration, collaboration, licensing and public policy. Research Policy, 15(6), 285–305. doi: 10.1016/0048–7333(86)90027–2.

TEECE, D. J. (1988). Technological change and the nature of the firm. In G. Dosi, C. Freeman, R. Nelson, G. Silverberg, & L. Soete (Eds.), Technical change and economic theory (pp. 256–281). New York: Pinter Publishers.

TEECE, D. J. (2007). Explicating dynamic capabilities: the nature and microfoundations of (sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, 28(13), 1319–1350. doi: 10.1002/smj.640.

TEECE, D. J. (2009). Dynamic capabilities & strategic management. Oxford: Oxford University Press.

TEECE, D. J. (2012). Dynamic Capabilities: Routines versus Entrepreneurial Action. Journal of Management Studies, p. 1–8.

TEECE, D.J.; RUMELT, R.; DOSI, G; WINTER, S. (1994). Understanding Corporate Coherence: Theory and Evidence. Journal of Economic Behavior and Organization. 23(1):1–30.

TEECE, D.J.; PISANO, G.; SHUEN, A. (1997). Dynamic Capabilities and Strategic Management. Strategic Management Journal, 18(7), 509–533.

TONDOLO, V. A. G.; BITENCOURT, C. C. (2014). Compreendendo as capacidades dinâmicas a partir de seus antecedentes, processos e resultados. Brazilian Business Review. V. 11, n.5, p. 124–147.

VOGEL, R., & GUTTEL, W. H. (2013). The dynamic capability view in strategic management: a bibliometric review. International Journal of Management Reviews, 15(4), 426–446. doi: 10.1111/ijmr.1200º.

WANG, C. L., & AHMED, P. K. (2007). Dynamic capabilities: a review and research agenda. International Journal of Management Reviews, 9(1), 31–51. doi: 10.1111/j.1468–2370.2007.00201.x.

WERNERFELT, B. (1984). A resource-based view of the firm. Strategic Management Journal, v. 5.

WORLD HEALTH ASSOCIATION. (1994). Division of Mental Health. Qualitative Research for Health Programmes. Geneva: WHA.

WILLIAMSON, O. E. (1999). Strategy research: governance and competence perspectives. Strategic Management Journal, 20 (12), 1087–1108.

WITCHER, B.J., CHAU, V.S. AND HARDING, P. (2008). Dynamic capabilities: top executive audits and Hoshin Kanri at Nissan South Africa. International Journal of Operations & Production Management, Vol. 28 No. 6, pp. 540–561.

ZAHRA, S. A.; SAPIENZA, H. J.; DAVIDSON, P. (2006). Entrepreneurship and dynamic capabilities: a review, model and research agenda. Journal of Management Studies. V. 43, n.4, p. 917–955.

ZOLLO, M.; WINTER, S. G. (2002). Deliberate Learning and the Evolution of Dynamic Capabilities. Organization Science, v. 13, n. 3, p. 339–351.

Downloads

Publicado

2017-01-26

Como Citar

Silva, A. V. da, & Machado, G. B. (2017). Uma Visita Teórica à Abordagem Capacidades Dinâmicas a Partir da Perspectiva dos Autores Seminais Teece, Pisano e Shuen (1997): Um Ensaio Teórico. International Journal of Business and Marketing, 2(1). Recuperado de https://ijbmkt.org/ijbmkt/article/view/28

Edição

Seção

Artigos