Marketing Social Como Estratégia de Negócio Para Captação de Recursos no Terceiro Setor

Autores

  • Marie Cristine Fortes Rocha
  • Hermínia F. Gonçalves

Palavras-chave:

Terceiro setor; Estratégias de gestão; Captação de recursos, Marketing social e Sustentabilidade.

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo identificar a ocorrência do marketing social como estratégia de negócio para captar recursos no terceiro setor demonstrando a realidade das organizações vinculadas ao Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O marketing social viabiliza uma série de benefícios para as organizações com a possibilidade da utilização de poucos recursos. O terceiro setor representa uma alternativa ao setor público, ocupando de forma progressiva um espaço que era exclusividade do governo, o qual, devido às suas limitações, tem delegado responsabilidades para que outros segmentos atuem em parceria na gestão de serviços de ordem sociais. A pesquisa empírica percorre questões teóricas, como: terceiro setor, estratégias de gestão, captação de recursos, marketing social e sustentabilidade. Sob o âmbito metodológico, a pesquisa baseia-se no método qualitativo recorrendo à análise pela técnica de categorização para melhor entender as características e o contexto dessas organizações. Os resultados demonstram que as estratégias de gestão com utilização do marketing social são emergentes, mas ainda se encontram em processo embrionário por boa parte desse segmento, além disso constata-se nas organizações pesquisadas que a falta de recursos e conhecimentos técnicos pode in uenciar negativamente na utilização do marketing social como estratégia de negócio para alavancar a captação de recursos em organizações do terceiro setor.

Biografia do Autor

Marie Cristine Fortes Rocha

Doutoranda em Gestão (UTAD, Portugal). Professora de Administração (ULBRA)

Hermínia F. Gonçalves

Doutora em Sociologia (Universidade de Salamanca, Espanha).
Professora no Departamento de Economia Sociologia e Gestão (UTAD, Portugal)

Referências

ADRIÃO, M. do C. S. & Teixeira, M. A. C. (2013). Os serviços de acolhimento institucional para crianças e adolescentes: os desafios e o trabalho com rede de proteção social. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas) – Fundação Getulio Vargas – Escola de Administração Pública. Universidade de São Paulo, 2013.

AHMADI, F., & Shirzade, J. (2011). Identify fator that impact on develop of knowledge management in automobile industry. Interdisciplinary Journal of Contemporary Research in Business, 2(10), 327–340.

ALLAME, S. M., Nouri, B. A., Tavakoli, S. Y., & Shokrani, S. A. R. (2011). Effect of organizational culture on success of knowledge management system´s implementation. Interdisciplinary Journal of Contemporary Research in Business, 2(9), 321–346.

ALFORD, H. & Naugthon, M. (2002). Beyond the Shareholder Model of the Firm: Working toward the Common Good of a Business’, in Cortright, S. A. & Naugthon, M. (eds.), Rethinking the Purpose of Business. Interdisciplinary Essays from the Catholic Social Tradition (Notre Dame University Press, Notre Dame), pp. 27–47.

AMARAL N. (2013). Da Dependência e Vulnerabilidade à Sustentabilidade e Autonomia do Terceiro Setor? O caso do Conselho de Santa Marta de Penaguião. Dissertação de Mestrado. da Universidade Trás-os-Montes e de Alto-Douro. Vila Real, Portugal, UE.

ANDREASEN, A. R. Marketing Social (2002). Marketing in the Social Change Marketplace. Journal of Public Policy & Marketing, v. 21, n. 1, p. 3–13. Disponível em: http://public.kenan-flagler.unc.edu/courses/mba/mba260e/andreasen_jppm.pdf, acessado em 30 Out., 2016.

ASL, N. A., Goodarzi, M., Sajjadi, S. N., & Benesbordi, A. (2012). The relationship between organizational culture and knowledge management in the Islamic Republic of Iran´s National Olympic Committee. International Journal of Academic Research in Business and Social Sciences, 2(1), 1–5.

BARDIN L. (1977). L’Analyse de contenu. Editora: Presses Universitaries de France.

_____. (2011). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70.

BRACE-GOVAN, J., Brady, E., Brennan, L., & Conduit, J. (2011). Market orientation and marketing in nonprofit organisations: indications for fundraising from Victoria. International Journal of Nonprofit and Voluntary Sector Marketing, 16(1), 84–98.

BRUNET, L., Brassard, A. & Corriveau, L. (1991). Administration scolaire e efficacité dans les organizations. Montréal: Éditions Agence DÁRC.

CAMPOS, H.M.; Parallada, F.S., & Palma, Y. (2012). Mapping the intellectual Structure of entrepreneurship research: revisiting the invisible college. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 14, 41–58. Recuperado em 23.08.2015 de http://www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/mapping_the_intellectual_structure_art_3.pdf

CHEN, Y. H., Liu, C. F., & Hwang, H. G. (2011). Key factors affecting healthcare professionals to adopt knowledge management: The case of infection control departments of Taiwanese hospitals. Expert Systems with Applications, 38, 450–457.

CMDCA, Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente (2014). Disponível em http://www2.portoalegre.rs.gov.br/sitecmdca/default.php?reg=3&p_secao=6. Acesso em Novembro 2014.

COMINI, G.; Barki, E.; Aguiar, L.(2012). T. de. A threee-pronged approach to social business: a Brazilian multi-case analysis. Revista de Administração-RAUSP, v. 47, n. 3, p. 385–397, jul./set.

DALKIR, K. (2011). Knowledge management in theory and practice. Cambridge, Massachusetts: MIT Press.

DEBONI, F. (2013). Investimento Social Privado no Brasil organização: tendências, desafios e potencialidades. Brasília 1°edição.

DIAS, F. (2011). A importância das Misericórdias no contexto do século XXI — horizontes de mudança ou emergência de um novo paradigma. Dissertação de mestrado, Faculdade de economia da universidade de Coimbra, Portugal.

EVAN, W. M. & Freeman, R. E. (1988). A Stakeholder Theory of the Modern Corporation: Kantian Capitalism, in Beauchamp, T. & Bowie, N. (eds.), Ethical Theory and Business (Prentice Hall, Englewood Cliffs), pp. 75–93.

FREEMAN, R. E. & Philips, R. A. (2002). Stakeholder Theory: A Libertarian Defence. Business Ethics Quarterly 12(3), 331–349.

FREEMAN, R. E. (1984) Strategic Management: A Stakeholder Approach. (Pitman, Boston).

FONSECA, S. M. S. R. da; Baptista, A. & Nogueira, F. (2014). Uma orientação para o mercado social: inovação, Aprendizagem organizacional e desempenho : Um Estudo nas Misericórdias Portuguesas. Tese de Doutorado da Universidade Trás-os-Montes e de Alto-Douro. Vila Real, Portugal, UE.

GENGHINI, L. A.; Martins, C. B.; Azevedo, M. S.; Pizzinatto, N. K.; Correa, D. A.(2012). Planejamento e Plano de Marketing de Organizações do Terceiro Setor. In: Congresso Transformare, 2, 2012, Paris. Anais eletrônicos… Paris:

TRANSFORMARE – Centro Franco-Brasileiro de Estudos Avançados sobre Organizações, Inovação e Sustentabilidade, 2012. Disponível em:

GIFE Censo. (2013). Investimento Social 2 – Censo 3. São Paulo: GIFE.

GONÇALVES, H. (2012). Estratégias coletivas de Governança local no campo social. VII Congresso Português de Sociologia. Universidade do Porto.

GONZÁLEZ, L. I. A., Garcia M. R. & Pérez M. J. S. (2011) Las organizaciones no lucrativas en la estratégia de RSC y sus consecuencias sobre la reputación corporativa. Jornadas Hispano-Lusas de Gestão Científica, 2–4 de Fevereiro, Espanha.

IBGE. (2016). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE : Consulta sobre a população do Rio Grande do Sul em 2015, acessado em .http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=rs, em 23/04/2016.

JAMES, E. & Rose-Ackerman, S. (2013). The nonprofit enterprise in market economics. New York: Taylor & Francis.

JOHNS HOPKINS CENTER FOR CIVIL SOCIETY STUDIES. (2010). Nonprofit Organizations in Brazil: a pilot satellite account with international comparisons: 2002. Baltimore. Disponível em: <http://ccss.jhu.edu >. Acesso em: 10 Abril. 2015.

JONES, M. B., Mujtaba, B. G., Williams, A., & Greenwood, R. A. (2011). Organizational culture types and knowledge management in U.S. manufacturing firms. Journal of Knowledge Management Practice, 12(4).

KLEMBERG, A. & Libano, C. de S. (2016). Marketing social como aliado no combate à tuberculose na cidade de Porto Alegre. International Journal of Business & Marketing (IJBMKT), Porto Alegre, v. 2, n. 1, 2016, 78–86

KOTLER, P., Lee, N. R. (2010). Marketing contra a pobreza. São Paulo, Bookman.

KOTLER, P., Keller, K. L. (2012). Administração de Marke­ting. 14 ed. São Paulo, Pearson.

KUZMA, E.L., Silva, A. Q. & Velozo, A. C. (2015). A implementação do marketing no terceiro setor: o caso de uma ong assistencialista de animais. Revista Conexão UEPG — | Ponta Grossa, v. 11 n. 2 — mai./ago, 2015, acessado em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/conexao, em 10/11/2016.

LAS CASAS, A. L. (2006). Administração de marketing: conceitos, planejamento e aplicações à realidade brasileira. São Paulo: Atlas.

LAVILLE, J. (2013). L’économie solidaire — une perspetive internationale. Paris: Pluriel.

LEVEK, A. R. H. C., Benazzi, A. C. M., Arnone, J. R. F., Seguin, J., Gerhardt, T. M. (2002). A responsabilidade social e sua interface com o marketing social. Rev. FAE, Curitiba, 5(2), 15–25

LISBOA, J., Coelho, A., Coelho, F. & Almeida, F. (2011). Introdução à gestão de organizações (3ª ed.). Lisboa: Vida Econômica.

LIU, G., Liston-Heyes, C., & Ko, W. (2010). Employee Participation in Cause-Related Marketing Strategies: A Study of Management Perceptions from British Consumer Service Industries. Journal of Business Ethics. 92, 195–210.

MAHMOUD, M. & Yusif, B. (2012). Market orientation, learning orientation, and the performance ofnonprofit organisations (NPOs). International Journal of Productivity and Performance Management, 61(6), 624–652.

MARQUES. C. S. E. (2004). O Impacto da Inovação no Desempenho Economico-Financeiro das Empresas Industriais Portuguesas. Tese de Doutorado da Universidade Trás-os-Montes e de Alto-Douro. Vila Real, Portugal, UE

MCLEISH, B. (2011). Successful marketing strategies for nonprofit organizations: winning in the age of the elusive donor (2nd ed.). New Jersey: John Wiley & Sons.

MELE, D. (2002). Not only Stakeholder Interests. The Firm Oriented toward the Common Good (University of Notre Dame Press, Notre Dame).

MERCHANT, K. & Van der Stede, W. (2011). Management control systems: performance measurement, evaluation and incentives (3rd ed.). Harlow, UK: Prentice Hall.

MINTZBERG, H., Simons, R. & Kunal, B. (2002). Beyond Selfishness. MIT Sloan Management Review, 44(1), 67–74.

MORIN, E., Savoie, A. & Beaudin, G. (1994). L’éfficacité de L´organisation: théories, représentations et measures. Montréal: Gaetan Morin éditeur

MUNCK, L., Munck, M. G. M. & Souza, R.B. (2011). Sustentabilidade organizacional: a proposição de uma framework representativa do agir competente para seu acontecimento. Uberlandia – SP: Revista Interinstitucional de Psicologia 147–158.

ORGANIZAÇÃO para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2010). Innovation to strengthen growth and address global and social changes: key findings. Ministerial report on the OECD innovation strategy. Recuperado em 20 de Agosto, 2015, de http://www.oecd.org/sti/45326349.pdf.

PELINI, A.(2014). Livro: O Dinheiro das Ongs. Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais. Acessado em http://abong.org.br/públicacoes.php, em 20.03.2014.

PHILLIPS, R. A., Freeman, E. & Wicks, A. C. (2003). What Stakeholder Theory Is Not. Business Ethics Quarterly 13(1), 479–502.

RAMEZAN, M. (2010). Intellectual capital and organizational organic structure in knowledge society: How are these concepts related? International Journal of Information Management, 31, 88–95.

SAFARNIA, H., Akbari, Z. & Abbasi, A. (2011). Review of market orientation and competitive advantage in the industrial estates companies (Kerman, Iran): appraisal of model by amos graphics. World journal of social sciences, 1(5), 132–150.

SHAFEi, R., Ghaderzadeh, H., Salavati, A.,& Lavei, S. (2011). Survey of relationship between knowledge management and organizational culture dimensions in public organizations: A case of Iranian public organizations. Interdisciplinary Journal of Contemporary Research in Business, 2(11), 355–370.

SAVOIE, A. & Morin, E. (2001). Representações da Eficácia Organizacional: desenvolvimentos recentes. Psychologica, 27, 7–29

SILVA, E. P. C.; VASCONCELOS, S. S. de; NORMANHA, M. A. F. (2012). Organizações do Terceiro Setor: Captação de Recursos para sua Gestão. Rio de Janeiro: Revista Gestão & Sociedade v. 1, n. 1, Julho.

SILVA, C. E. G.(2010). Gestão, legislação e fontes de recursos no terceiro setor brasileiro: uma perspectiva histórica. Revista de Administração Pública: Rev. Adm. Pública vol.44 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dec.

SMITH, W. A. (2006). Social marketing: an overview of approach and effects. Injury Prevention, 12, 38–43. doi: 10.1136/ip.2006.012864.

STEVENSON, W. (2001). Estatística Aplicada a Administração. São Paulo: Harbra.

TACHIZAWA, Takeshy. (2014). Organizações Não Governamentais e Terceiro Setor: Criação de ONG’S e Estratégias de Atuação. São Paulo: Ed. Atlas 6ºedição.

TANGARI, A., Folse, J., Burton, S., & Kees, J. (2010). The Moderating Influence of Consumers’ Temporal Orientation on the Framing of Societal Needs and Corporate Responses in Cause-Related Marketing Campaigns. Journal of Advertising. 39(2), 35–40.

USAID. The 2010 NGO Sustainability Índex for Central and Eastern Europe and Eurásia. Bureau for Europe and Eurasia. Office of Democracy, Governance and Social Transition. 14th ed. Macedônia, 2011.

YUNUS, M.(2016). Yunus Negócios Sociais. http://www.yunusnegociossociais.com/#!viso-prof-muhammad-yunus/c1ug0, acessado em 20.01.2016.

WOOD, D. J. (1991a). Social Issues in Management: Theory and Research in Corporate Social Performance. Journal of Management 17(2), 383–406.

WORLD Commission on Environment and Development. (1987). Our Common Future. (Oxford University Press, Oxford).

Downloads

Publicado

2017-08-31

Como Citar

Rocha, M. C. F., & Gonçalves H. F. (2017). Marketing Social Como Estratégia de Negócio Para Captação de Recursos no Terceiro Setor. International Journal of Business and Marketing, 2(2), 3–20. Recuperado de https://ijbmkt.org/ijbmkt/article/view/76

Edição

Seção

Artigos